Pausa por conta das novas confusões cristãs


Muitos chatos esfregam na minha cara o versículo escrito por Paulo à igreja de Corinto:
“porque Deus não é de confusão, e sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos” (1 Coríntios 14.33).
Pinçando um versículo, esquecem que no Juízo descrito por Jesus, a quem Paulo servia, havia muita confusão: os que diziam "Senhor, Senhor" e se apresentavam como servos do Deus Altíssimo - prestando serviços espirituais-  nunca foram reconhecidos pelo Messias:
"Afasta-te de mim! Nunca te conheci!" -  bradou o Rei dos reis, chamando-os de bodes e reservando a estes o castigo eterno.
Já os que nem sabiam quem era Jesus foram abraçados com grande satisfação por Ele, mesmo com eles, estes que diziam não saber quem Ele era, confessando que não lembraram de onde os teria visto antes. Jesus os conhecia, eles não.

Deus não se guia por cerimoniais e declarações. Só por legitimidades.

Imagine a confusão que será naquele momento.

Não sou perito em animais, não consigo determinar espiritualmente o que é um bode ou uma ovelha, mas pelo comportamento de uma alma vejo sombras do que seria cada um. Coisas que só se consegue determinar na intimidade da convivência de cada um, e esse meu pensamento não parece ser o que a grande maioria aceita.

Sou rotulado de "confuso" por isso.

Jesus não era dado a se aliar com a liderança de sua época. Os líderes espirituais de seu povo escolhido, os fariseus, poderiam dar o aval necessário para que o Cristo fosse aceito por todo o povo. Politicamente, seria bem melhor: ele tinha os milagres, os sinais, a interpretação correta das Escrituras.

Mas Jesus, esse Deus diferenciado dos outros deuses por sua imprevisibilidade e falta de obviedade, preferia se excusar de ganhar popularidade ao andar com a liderança "certa" e atendia líderes às ocultas, como no caso de Nicodemos, que na calada da noite foi procurar mais informações com aquele jovem mestre que surgia da inexpressiva cidade de Nazaré.

Não seria mais fácil nosso amado Mestre ter se associado àqueles que tinham a população na mão? Traçar um projeto com os já conhecidos e populares líderes religiosos aos quais o povo já aceitava e seguia cegamente? Eles eram de Deus! Serviam no Templo, cumpriam às Escrituras a risca e zelosamente.

Além do mais, Jesus parecia ignorar o poder político deles. Como de fato aconteceu, esses fariseus tinham como condenar o Cristo, fazendo com que o povo escolhido de Deus pudesse - inclusive - condenar a morte seu próprio Criador, influenciados pela popularidade do clamor.

Crucifica! Crucifica! - gritava o povo que horas antes gritava ao mesmo condenado "Bendito o que vem em nome do Senhor".

Popularidade não é nada, meu amigo. Não se impressione com os abraços emocionados dos que elogiam seu testemunho e trajetória espiritual. Diante de qualquer boato - ou mesmo erros e pecados reais em sua vida - eles estarão, possivelmente, na primeira fila, com pedras nas mãos, esperando para destruir o  maldito ofendedor de Deus.

Jesus sempre soube disso. Desde sempre. Ele pareceu confuso a todos, inclusive aos seus discípulos. Seus apóstolos não compreendiam a cruz, não entendiam a necessidade de levar o Evangelho aos inferiores e impuros(aos quais, todos, sem exceção - judeu ou não -  fazemos parte).

Não que eu tenha escolhido parar de escrever. A inspiração me abandonou.

Percebi que os bodes aplaudiam minha escrita. Notei que seus comentários imbecis achavam algum tipo de pacto com minhas ideias. Eu não tenho nome aqui. Está numa pedra branca que segue nas mãos de meu Mestre (assim espero, caso não seja mais um desavisado bode).

Entristeci-me. Cai de joelhos e implorei perdão ao meu Senhor. Estou satisfeito em ser um anônimo, mas não quero ser usado como voz de gente que trabalha em prol do inferno, mesmo quando garante ser funcionário exemplar do céu, mostrando credenciais com o orgulho de quem pensa ter um quadro de gerente do mês em alguma parede do paraíso, ao qual presta muitas vezes um "desserviço" ao Reino.

Encerro parafraseando uma frase de um pregador que já há algum tempo ouço, Éd Renê Kivitz:
Existe dois tipos de pessoas: pecadores que reconhecem o quão miseráveis são, e os pecadores que acham que não o são...


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