Sub Rosa

A expressão latina sub rosa é usada nos países de língua inglesa para denotar segredo ou confidencialidade, devido ao costume antigo de pendurar uma rosa sobre a mesa onde haveria uma reunião sigilosa.

A rosa é o emblema do deus egípcio Horus. Na Grécia antiga, ele era considerado como deus do silêncio. Isto se origina de uma interpretação errada dos hieróglifos egipícios, que o colocam, juntamente com Ísis e Osíris, como um deus. Os gregos traduziram seu nome egípcio Har-pa-khered para Harpócrates.

Na mitologia grega. Afrodite deu uma rosa a seu filho Eros; ele, em contrapartida, deu-a a Harpócrates, deus do silêncio, com o fito de garantir que as indiscrições de sua mãe fossem mantidas debaixo dos cobertores. Pinturas de rosas no teto de salas de jantar romanas são também uma lembrança de que coisas ditas sob a influência do vinho (sub vino) deveriam também permanecer sub rosa .

Havia um programa evangélico de radio em São Paulo que contava, durante uma hora, “causos” e “presepadas” dos irmãos nas igrejas. Lá se ouvia situações como:

“Irmãos! Jacó era analfabeto! Pois está escrito que ele amava Raquel, e não Lia...”
“Jesus também era músico... vejam quando encontrou a triste viúva de Naim, e tocou a esquife (o sujeito imaginou que a esquife era algum tipo de instrumento musical).
Sem contar sobre um que desenvolveu toda uma mensagem sobre a irresponsabilidade de Naim, marido morto da viúva (quando Naim era um local, claro).

Todos gostam de rir, mas as denominações que patrocinavam o programa decidiram terminá-lo, por que achavam que as igrejas ficavam muito “expostas”.
Resolveram calar a voz das gafes, e colocaram um sujeito falando num idioma que ninguém entendia e pedindo doações, sendo isso aceitável aos patrocinadores.

Depois de alguns anos dentro deste “universo gospel” descobri a existência desta vida “sub rosa”. Embora a bíblia me mande confessar pecados, as lideranças sugerem (ou impõe?) a manutenção de certos sigilos. Pensar se torna inconveniente, questionar: rebeldia e risco dos planos não darem certo, e os planos a que me refiro são meios justificados pelos fins.

Sei que no final dos tempos o amor de MUITOS se esfriará, e a causa disso se torna cada vez mais clara.
A capacidade de amar do homem é involuntária. Você não escolhe amar; simplesmente ama ou não). É um aspecto que nos assemelha a nosso Criador. Perder este aspecto é nos distanciar totalmente da essência na qual fomos gerados.

Mas o que nos leva a abandonar nossos amores?
Não são as mentiras que fragilizam nossas relações e minam nosso interesse?
E o que inunda nossas teologias em púlpitos por todo o Brasil?

Em nome de uma igreja maior (um fim) divulgamos com cada vez mais ênfase a necessidade de Teologias de Prosperidade (um dos meios).

Enquanto puderem, as vozes dos atalaias denunciarão as falcatruas - por estarem neles fazer isso, na tentativa de adiar o “cardio-resfriamento”, até que as ovelhas, com coceira nos ouvidos, se cercarem de falsos mestres definitivamente.

Zé Luís

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