Mudança de Programação: 2010 vem aí.

O que a mídia nos oferece

Zé Luís

Estamos a beira de mais um ano de eleição.
Boa parte das pessoas que conheço não se interessa pelo assunto. Coincidentemente, e parafraseando Renato Russo, esse pessoal normalmente é “gente que fala demais por não ter nada a dizer”.

Ainda na sessão “parafrases”, “tem que ter cultura para cuspir na estrutura” dizia Raul Seixas, e não é preciso pensar muito para perceber como isso falta. Nós, assumidos massa de manobra nos conformamos com isso, e começo a sentir-me anestesiado com o rumo que as coisas tomam repetidamente por anos. E olha que chego a quarenta agora.

Alguém pode imaginar que falo do que os jornais divulgam, mas não é disso especificamente. Toda matéria parte de uma pré-matéria, uma pauta, um assunto. E essa pauta tem suas metas, obedecem a interesses. Exemplo:

Imagine que sou dono de uma emissora de TV, rádio ou outra forma poderosa de mídia. Pense que sou afiliado a um partido político qualquer, que pode ser – ou não – moral e eticamente incorreto. Como sou um empresário e meu objetivo é aumentar ganhos, posso usar minha ferramenta, a TV, para “pinçar” o que eu quero que seja divulgado, escolhendo palavras que podem transmitir o que quero: palavras negativas depreciam a imagem daquele que quero derrubar, imagens editadas podem mostrar só aquilo que quero mostrar, e isso pode ser um momento bom ou não. Só depende do que eu quero. Palavras positivas ganham votos, aprovação pública.

Você, que não ouvia nada sobre Mensalão a quatro anos, recomeçará a ouvir como se fosse realmente importante, para quem divulga, debelar este mal. Imagens e filmagens de anos atrás serão apresentadas de uma forma que você odeie as pessoas que ali aparecem: é um tipo nosso de Idolatria, que procura mostrar um perfil congelado como os de gesso. Sorrisos bem perfilados, mangas dobradas mostrando pré-disposição para o trabalho.

Minha irmã Jana, residente na Suécia a quase dez anos, mandou-me um vídeo exibido nas faculdades de lá, a tempos e proibido no Brasil, na época. O vídeo, postado aqui, mostra como uma má imprensa elege e derruba quem quer. No caso, em 1982.

Ela, que passará o Natal aqui no Brasil com a família, prometeu trazer vasto material, proibido por aqui por gente que se diz democrata, e imprensas que se projetam como imparciais. Vou tentar divulgá-los por aqui.

Mais denominações evangélicas lançarão candidatos, pastores, profetas e apóstolos: as denominações, como toda empresa, visa benefícios por ter gente em cargos públicos, candidatos jurarão a suas ovelhas que só querem o progresso do Reino de Deus, embora você nunca os verá peregrinando nas matas indígenas nem em favelas perigosas. Lá não desse jatinho.

Nossa casa, chamada Brasil, é símbolo de corrupção e estelionato no mundo. Muitas ONGs gostariam de auxiliar-nos, mas sabem que o dinheiro nunca chega ao destino, embora gente que se diz discípulo do Pai da Justiça, esteja corrompida junto com toda a quadrilha, não comprometidos com Deus.

Bancadas evangélicas incomodam as outras bancadas, não por serem incorruptíveis ou combatentes da Injustiça. Eles tomam a vaga de quem não usa a religião para enganar seu eleitor.
Esse mundo também Jaz no Maligno, mas quantos de nós, chamados crentes, anseiam por este belo emprego?
Somos os culpados por não se envolver com política, quando somos tão rasos em nossa fé, já que elegemos pilotos de avião pela fé, e não pelo que apresenta quando mostra suas horas de vôo.

“Quem dera fosse burro, não sofreria tanto...”
- diria Raul Seixas.
“ Porque no acúmulo de sabedoria, acumula-se tristeza, e que aumenta a ciência, aumenta a dor. “ diria o escritor de Eclesiastes, na última frase do primeiro capítulo.

Comentários

  1. [“Quem dera fosse burro, não sofreria tanto...” - diria Raul Seixas.]

    Pois é! Por que será que o povo brasileiro é chegado num carnaval e não tem a mesma disposição quando o assunto é economia ou política, ou simplesmente um momento "reflexão mode on"?
    E a situação política desanima por si só, com essa bandalheira, calhordas, desgraçados travestidos de ternos, carros e poltronas oficiais e simbolo nacional, quem precisa de mídia tendenciosa? Dormimos com os inimigos!

    E pra piorar, bem lembrado: o segmento social que deveria fazer a diferença, entra na brincadeira de esconde-esconde dinheiro na cueca!

    Com a maioria brasileira sem acesso a informação imparcial e cultura que lhe renda senso crítico, vamos continuar feito essa foto, iguais a pintos no lixo!

    (Gostei do post!)

    Leão

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