O Segredo de ocultar: comentários do porvir


Zé Luís

Segundo o Mestre, caridade feita em nome Dele tem de ser ocultada: a mão direita não deve saber as benefícios que a esquerda faz. Boa ações não devem ser conhecidas, belas orações devem ser feitas na solidão de um quarto escuro, fechado, sem admiradores ou aplausos.

Estas são as situações em que se alcança a Deus. Um difícil exercício numa época onde se divulga exatamanete o oposto.

Pode-se divulgar em seu currículo suas qualidades, em busca de êxito profissional, suas ações podem ganhar votos de confiança, suas benfeitorias podem angariar admiradores, seus conselhos podem arrebanhar admirados ouvintes e leitores. Eis aí as possibilidades de receber sua paga para esta vida: aplausos, remuneração, reconhecimento. É uma possibilidade que nem sempre acontece, mas que fazemos para que aconteça.

Para muitos isso é suficiente, já que vivermos deste mundo para ele mesmo, muito embora religiosos possam argumentar que as estratégias são para benefício do Reino. Tal afirmação é enganosa, mas amplamente divulgada como revelação de Deus para expansão de sua obra. O Reino não existe para este, e sim, para o que há de vir. Sendo assim, Deus fará seu trabalho, nem que seja a de permitir perseguições sangrentas para que isso aconteça.

Dentro do que Jesus ensinou, tudo que vem para reconhecimento nesta vida, simplesmente se encerra aqui. As ações ocultas, as orações secretas e intimas, a doação anônima, são um possível indício de que se tenha compreendido o raciocínio do céu, e tal comportamento, intrigantemente pode existir em pessoas que nunca foram a uma igrea, ou mesmo, que creêm em Deus: uma prostituta não espera perdão do Criador, mas vive em companherismo com outras. Um ateu não crê, e portanto, se faz caridade, faz sem esperar que essa seja retribuída. Eles fazem certo: não esperam que suas boas ações sejam moeda de troca (ou mesmo que uma oferta imponha que o Mestre se obrigue a fazer qualquer milagre).

Quanto a esta terra: ao político, satisfação com seus votos. Ao que busca reconhecimento, os louros da bajulação coletiva. Ao que beneficia por lucro, que o receba, embora este lucro sempre parecerá pouco. Nada mais normal: tenta se preencher com o prazer precário desta vida com algo que só pode ser preenchido com algo de outra dimensão, na qual esssa raça de homens pertenceu um dia.

Lendo o “Evangelho Maltrapilho”, de Brennan Manning, deparei com um relato interessante: ele conta que certo empresário fazia doações para um grupo de freiras que administravam um leprosário em uma ilha. Acompanhando a líder das religiosas pela ilha e vendo a miséria daqueles corpos multilados pela doença, disse:
- Não faria esse trabalho por dinheiro nenhum do mundo!
- Nem eu – respondeu ela.

A única forma de entender como alguém se propõe a trabalhar satisfeita nesta miséria esta no mistério de conhecer o Pai em orações secretas e pessoais, fazendo o bem que deve ser feito, sem esperar um parabéns de Deus. Congratulações de homens morrem na terra, e o tempo certamente provará ao que bussa desta vaidade o quanto a máxima de Cristo estava correta.

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