Obadias e a promessa contra o inimigo íntimo

por Zé Luís

Quando lecionei a adolescentes, os garotos amaram o livro e Obadias. Não tanto pelo conteúdo, mas pelo curto texto. Desta forma, podíamos dizer: “Em um só dia, lemos um profeta todo, sem muito esforço. Agora só faltam os outros 11 profetas ditos menores para ler”.

Neste livro, Deus está avisando o que fará com um povo rancoroso: os Edomitas.

Os filhos de Edom (Vermelho: apelido que Esaú ganhou após trocar um de seus bens “espirituais” mais preciosos por um prato de comida desta cor, feito pelo irmão gêmeo Jacó, que se tornaria Israel) eram conhecidos como povo culto, “tecnologicamente” avançado. Desconfiados, moldavam suas casas nas cavernas da área montanhosa onde viviam.

Ficou claro sua rixa contra a descendência de Jacó. Estes, que viviam num ponto estratégico entre vários países inimigos, e inexplicavelmente nunca eram destruídos ou mesmo dominados(todo inimigo, espera nossa queda como motivo de alegria).

Era notório a todos os outros povos que a razão na qual aquele país não era extinto era a proteção do Deus que habitava entre eles, diferente dos deuses dos outros povos, que ora estava inexplicavelmente irados, ora famintos, ora satisfeitos, mesmo quando seu povo pagão se esforçava para fazer as coisas mais absurdas em seus sacrifícios para saciar as vontades deles.

Inexplicavelmente, os israelitas foram abraçando a crença nesses deuses imbecis, enjoados do Deus que os protegia e que fizeram-na nação notória. Através de seus profetas, o próprio Criador alertava que aquelas seguidas traições não poderiam ficar impunes para sempre. O povo tampava os ouvidos e matava os profetas.

Ironicamente, um exército de um país distante, Iraque (ou Babilônia) veio e dominou facilmente aquele país, levando boa parte do povo cativo, para trabalhar como escravo. Homens e mulheres israelitas viajaram uma distância de São Paulo a Belo Horizonte, a pé, nús, acorrentados com argolas em seus queixos, nariz.

É aí que Edom entra: são parentes, mas fazem festa ao ver o trágico destino de seus vizinhos. Por acharem que é o fim de Israel, aproveitam para caçoar e roubar-lhe os poucos pertences que lhe restaram. Aquele povo irmão cresceu sobre o estigma de serem subjulgados por um inferior, pelo franzino Jacó, que Deus abençoa e prospera em tudo, e que agora, caiu vergonhosamente.

O recado que Deus deu aos edomitas é que, embora acreditem que estão seguros nas fortalezas de pedras, serão derrubados de lá e destruídos para sempre por causa da maldade de se alegrar com a tristeza daquele povo que Ele ama tanto. A tristeza daquele povo também é a tristeza de Jeová. Não há prazer Nele quando aplica a pena da Justiça. Ele é o primeiro a se entristecer e a dureza de tudo aquilo que acontece aos israelitas já é mais que suficente, para que pessoas venham quererm dar seus cascudos oportunistas.

Um soldado ferido por Deus pode ser uma maldição àqueles que o odeiam.

Caso você não conheça a esse Deus – ou mesmo não creia Nele, como os edomitas – não aproveite de sua queda para aumentar a sua dor. Essas coisas não ficam impunes, e se virarão contra você.

Gosto de Obadias. Livro curtíssimo, mas de uma profundidade desproporcional.

Comentários

  1. Gostei!!
    Aliás, adoro este blog!!
    Estava meio sumida, mais eis que nasço das cinzas...rsrsrsrs
    Saudades e pode continuar contando comigo por aqui!!

    Beijão
    Maya

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  2. Que texto tremendo!Altamente informativo,real e edificante!Se me permitir,gostaria de publicar no *Jesus e eu,dando os devidos créditos..
    vim agradecer as orações,expressar admiração por ti desde a entrevista no blog do Éder,e saio daqui abençoada!Abraço!

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  3. Grato, Maya e Alessandra (que bom que se recuperou)

    Valeu, Wally!
    Isso é que dá acordar de madrugada para conseguir postar algo.

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