Ser como criança sem ser infantil

por Zé Luís

Maturidade.

É o que todos esperam de um cristão: que ele caminhe na direção que sua bussola aponte, onde o “Norte” é Cristo, na busca de entender a mensagem cristã de forma límpida, clara, e isso só se alcança com tempo, vivendo, experimentado o que a vida oferece e aprendendo com isso, através da ótica do Mestre: não serão apenas lágrimas e dores, apenas injustiças de um lado e de outro, para depois morrermos, aniquilados numa vala comum de uma história que nunca mais será lembrada em lugar nenhum.

Há de se crescer, abandonar as coisas de menino e tornar-se homem feito, mulher feita, que sabe atravessar as ruas e não comer porcarias que encontra pelo chão.

Mas então, Jesus vem e diz, parecendo contradizer-se:

“... Em verdade vos digo: Aquele que não receber o reino de Deus como um menino, de maneira alguma entrará nele.” Lucas 18 – 17

Dessa forma, seria compreensível a infestação de gente que se recusa a conhecer o Caminho de forma plena, de conhecer as Escrituras segundo o ponto de vista do Filho do homem, de preferir fantasias fáceis – e mesquinhas - ao invés da nobre realidade proposta por Deus em sua aliança.

Explicaria auditórios repletos de gente ovacionando quem fala qualquer coisa com uma bíblia na mão, menos algo que esteja inserida no contexto da mesma.

São crianças na fé, adolescentes imaginando sonhos de grandeza, sem ao menos compreender um simples Salmo, ou traduzir qualquer parábola, aplicar qualquer ensinamento do Sermão da Montanha em seu “estilo de vida”.

Não foi isso, claro, que ele disse.

Em Apocalipse, Ele afirma que corrige e repreende a todos a quem ama. Mas corrigir alguém, para continuar infantil não faz sentido. Todos sabem que o caminho natural de um ser humano é inicialmente engatinhar, para um dia ter firmeza nas pernas para trilhar sua vida, sabendo caminhar em qualquer lugar, sabendo atravessar uma rua, e até, quem sabe, pilotar grandes veículos, por terra, céu e mar.

Cristo referia-se a forma que o Reino Dele deve ser aceito: como pai, sei que cuidae de filhos nem sempre são flores(para mim e para eles), e não poucas vezes, me obrigo a sair do estilo “Pai amoroso, amigo e compreensivo”, e me faço “O sujeito chato que não aceita determinados comportamentos reprováveis”. O coração de uma criança depois de uma repreensão, mesmo que a magoe, esquece. Ela sabe que o pai tem poder e força para puni-la(e teme isso), mas mesmo quando este o chama – como mamãe fazia, falando o nome todo para a rua toda ouvir e com a cinta na mão –só nos deixa uma opção: obedecer e enfrentar nosso incerto destino.

Quando Deus nos apresenta ao Reino, naquele dia em que estamos aptos a começar a viver (ou seja: qualquer dia) pode-se simplesmente querer mostrar que ninguém manda em você: que já é grandinho para crer em deuses e salvadores, arrotará citações de filósofos mortos, abrirá livros e mais livros sobre as possibilidades do complexo surgimento da vida na Terra, falará sobre suas adultas necessidades, de curtir a morte – que você alegremente chama de vida, mesmo quando consientemente se auto-destrói.

Uma criança, quando reconhece uma autoridade, não questiona: sabe que o Pai chama, obedece como um cordeiro que segue o pastor, por crer, simplesmente crer, que ali há segurança.

Por mais que se amadureça, que se tenha os conhecimentos das ciências, os talentos e o brilhantismo dos que Deus abençoou com dons, mas não ter a capacidade de obedecer ao chamado do Criador como um menino atende à uma ordem de um pai sem questionar, esse nada tem.

Comentários

  1. PoiZÉ...

    Uma criança não questiona a autoridade do pai.

    Simples assim!

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  2. muito bom este post... q Deus continue a te abençoar!

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  3. "E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo."
    Filipenses 3:8

    "Enquanto a gente se auto destrói" SEN-SA-CIO-NAL!

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