por Zé Luís Detesto ouvir minha voz em gravações. Capricho tanto ao cantar, por exemplo, e quando ouço a gravação, descubro algo desanimador, anasalado, quase fanho (quase é um pouco de misericórdia comigo, sem falar do desafino). Qualquer fonoaudióloga explica isso: o som que ouvimos de nossa boca é diferente já vibra dentro do nosso próprio crânio, diferente do que os outros realmente escutam. É como se falássemos com um balde na cabeça, só que o balde é a própria cabeça. Quem acompanha esse blog, sabe minha profunda admiração pelos escritos de C.S.Lewis. O livro “Problema do sofrimento”, por exemplo, fala sobre a velha máxima filosófica: “Se Deus é bom e tudo pode, e o mal acontece: ou Ele não pode tudo – já que as coisas ruins acontecem e não consegue evitar, ou Ele é mal, já que coisas ruins ocorrem com seu consentimento onipotente...” O livro é realmente excelente, mas um outro, “Anatomia de uma dor”, do mesmo autor, expõe uma forma bem mais crua o assunto: e