Um versículo bíblico com conteúdo proibido para menores?


Pense em duas moças safadas. Safadas e crentes! Irmãs promiscuas vivendo em uma época onde um homem podia casar com mais de uma mulher. E elas eram desse homem.

Esse homem, em nossa parábola, nunca deixava faltar nada e como eram jovens quando casaram (como costume naquela época, acontecia logo após a primeira menstruação) tinham muitos filhos.

Só havia um problema:

Oolá e Oolibá eramera taradas (traduzindo o nome das irmãs do hebraico: "Sua tenda" e "Sua tenda está nela". Numa época onde o "templo" era armado dessa forma, a simbologia contextual nessa ilustração falava muito aos hebreus). A primeira não tinha pudores, e a segunda, era ainda mais devassa.

O profeta registrou o que Deus disse e, como um marido aborrecido por ter sido enganado, relata de forma direta e - para muitos religiosos - de forma imprópria o que as duas procuravam em suas relações íntimas. O versículo na imagem acima, embora você possa encontrar outras traduções, tem como complemento das lacunas as palavras "pênis" e "ejaculação".

Não é a primeira na bíblia vez que Deus usa de ilustrações de cunho sexual. A circuncisão judaica, sinal perpétuo pedido por Deus aos descendentes de Abraão, é a retirada da pele (prepúcio) do pênis. Também podemos encontrar a promiscua Gomer, mulher do profeta Oseias, tendo filhos de outros enquanto se mantem casada com o homem de Deus.

Na parábola das irmãs acima, Deus explica que essas mulheres são cidades, Jerusalém e Samaria, e a imoralidade está ligada ao seu sistema que se corrompe na forma mais profunda e íntima (por isso, o uso da sexualidade na ilustração), explicando ao judeu ouvinte da época o grau de sujeira que o povo estava inserido.

Nós, homens, sempre quando vamos ao banheiro urinar, temos o hábito de lavar as mãos após o ato (pelo menos, a maioria de nós). O judeu, pela aliança da circuncisão, lava a mão antes, para manter livre de contaminação aquilo que tem a marca dada por Deus e que o faz seu povo.

Imagine o povo judeu ouvindo sobre mulheres casadas que eram dadas a manter relações com povos estrangeiros (contaminados?) apenas por terem enormes membros - ou carnes, como em algumas traduções -  e a ejaculação de um cavalo, onde ainda deixavam qualquer um que viesse a sua casa tocar em seus seios e brincar com seu corpo.

Diante desse comportamento das irmãs, os homens ouviam e entendiam que o mal que lhes sobreviria era mais que justificado, já que eram eles, povo das cidades citadas, que se deixavam contaminar pelas bobagens religiosas e politicas que as nações traziam, o que enfraqueceu a cultura social e que permitiu as conquistas posteriores, diante do ataque desses mesmos "amantes".

Compreendo que alguns definem esse linguajar  - usado pelo próprio Deus - como impróprio, mas diante dessa questão, valeria a pena que uma reflexão pessoal mais intimista fosse levada em conta, quando o seu grau de moral e santidade ultrapassa até os do Todo Poderoso.

Reveja se esse seu zelo ético pelos bons costumes não caiu no costume  farisaico de estar sempre deixando os fardos mais pesados para demonstração de que "aqui se leva o Criador a sério". Pode ser que um dia você possa estar repreendendo com dedo em riste um ilustre desconhecido, sem saber que era Deus passando entre os homens, e acabar por condená-lo a cruz.

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