Testemunhos estranhos - relatos anônimos.

Pode ser que este seja apenas um conto fictício. Talvez seja algo enviado por alguém que vive esse dilema de bastidores e resolveu compartilhar o relato. 


A intenção não é julgar. Apenas apresentar o episódio e, quem sabe, o leitor tenha soluções a propor.


“O que eu quero é que meu marido tenha um pênis grande, pastor” – contou ele a esposa, logo após o jantar, quando as crianças já estavam em um sono pesado.

Era mais um dia no escritório pastoral. A pedido do marido da mulher que fez a declaração acima, o pastor chamou o casal, membros assíduos de sua igreja, para aconselhamento. Seria mais uma tentativa de reconciliar aquele casamento em vias de separação. A esposa irredutível, diante dos argumentos do líder espiritual, de que Deus tudo poderia mudar como tinha feito com diversos, proferiu a sentença acima.

Ela queria algo que as orações não podiam dar. Acreditava que a plenitude de sua sexualidade só podia ser alcançada daquela forma.

- Não é culpa dele, pastor. Mas ele simplesmente não tem como resolver minha situação dentro do que espero. Não é da natureza dele, e a minha exige mais. O senhor afirma que eu devo manter meu convívio com ele, mesmo sabendo que minha fidelidade está em risco, e que meu desejo exige mais do que minha disciplina é capaz de suportar. Tudo bem: você pode me convencer agora que isso pode ser superado. Mas o senhor estará lá pelos anos a fio, todas as vezes que a necessidade se intensificar?

-Tentei argumentar – contava ele à jovem esposa, que ouvia a tudo em silêncio, enquanto mexia distraída no celular - Falei sobre a batalha da carne contra o espírito, do que Deus pensa sobre o divórcio, da situação difícil que eles ficariam diante da igreja. Mas ela saiu de lá, irredutível, chorando diante do marido que amava, mas que era incapaz de ser homem para ela.

- Duro, não? - comentou Graziela, sem tirar os olhos do celular. – Quem diria que a irmã Lurdinha fosse capaz de algo tão cruel!
- Isso vai virar motivo de conversa por muito tempo na congregação. Todos sabemos de nossas sinas e de como devemos aceitar nossos destinos. O que ela fez foi uma loucura!
-Infelizmente, nosso meio não lida muito bem com essas atitudes... – disse ela, enquanto desligava a TV com um clique rápido, sem se dar conta da programação por ela apresentada.
- Não é uma questão de aceitação! É a Palavra de Deus que ordena...- corrigiu o pastor.
- Você lembra quando esse casal se casou? Eles eram novos, nem sabiam o que faziam. Lurdinha nunca escondeu seu desejo de casar para ter relações sexuais regulares. Paulinho parecia compartilhar da ideia...
- Sim. Fui eu quem aconselhou aqueles dois – disse ele, enquanto abria o baleiro de vidro na mesa de centro da sala e desembalava um bombom. Após breve pausa da primeira mordida, continuou
– Ela sempre falou abertamente de seus desejos sexuais, e Paulo apenas ria nervoso. Dois virgens, apesar da menina, desde o começo, ter um apetite bem maior do que o namoradinho que a escolhera quando orava. Nem imaginava que as coisas chegariam a esse ponto.
- Sexo nunca é um assunto muito fácil entre os crentes. Os que não se interessam - ou ignoram a matéria - amam se imaginar como espiritualmente superiores.
- Não penso assim, não. - comentou ele, franzindo a sobrancelha, pensativo.

Graziela não respondeu, e agora, o pastor também sacava seu celular, ao receber alguma mensagem de texto.
- Vou preparar o sermão de domingo em meu escritório. Orar a respeito.
- Tudo bem. Vou deitar em breve. Estou bem cansada.

Dirigindo-se para seu pequeno escritório, trancou-se. Algo no celular o fez buscar privacidade usando a desculpa de preparar o sermão.

Ela percebeu, claro. Não era a primeira vez que o comportamento se repetia, e comentar o assunto já fizeram ter discussões que quase os fizeram a quase se agredir fisicamente.

Ela sorriu assim que ouviu a chave da porta rodar por dentro no trinco.

Alguém do outro lado do aparelho celular mandava imagens registradas de suas genitais para ela.
- Acho que Lurdinha ficaria satisfeita com esse...

Foi ate o banheiro e retribui as fotos recebidas, mostrando o mesmo tema enviando, enquanto tomava um banho desnecessário.


Comentários

  1. Cacetada...

    É um testemunho da hipocrisia que grassa as instituições. Bem isso mesmo...

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