Ao ver essa foto, você diria que essa mulher matou 115 pessoas?
Recrutada aos 19 anos pelo regime ditatorial coreano, Kim Hyun-Hui foi
treinada durante 6 anos para ser agente secreto.
O seu treinamento foi tão meticuloso que, para se passar por japonesa,
raptaram uma mulher daquele país para lhe ensinar todos os maneirismos
peculiares.
Um ano depois, cumpriu - com triste sucesso - sua mais importante missão:
explodir um avião de passageiros do seu vizinho so Sul.
O atentado, cuidadosamente planejado para ocorrer durante a olimpíada de
Seul, não deixou sobreviventes.
Mas os terroristas foram descobertos. Seu parceiro conseguiu se matar
antes de ser pego, Hyun-Hui não.
Levada para um porão, foi interrogada até que finalmente cedeu.
"Quando confessei, o fiz de maneira relutante. Pensava que minha
familia da Coreia do norte estaria em perigo, foi uma grande decisão,
confesso. Mas eu comecei a perceber que seria a coisa certa a fazer pelas
vítimas, para que elas fossem capazes de entender a
verdade."
Na sua confissão, Kim deixou claro que as ordens vieram
diretamente de Kim Il-Sum e seu filho, Kim Jong-Il.
E ela começou a falar sobre o regime
"Na Coreia do Norte, tudo era sobre o reino de Il-Sung e
Jong-Il.
Sem sua sanção, nada podia acontecer.
Ouvimos que nossas ordens foram ratificadas
Eles usavam essa palavra somente quando as ordens vinham direto do
topo
Kim Il-Sung era como uma figura divina
Tudo que era ordenado por ele, se justificava
Qualquer ordem era cumprida com extrema lealdade
Você estava pronto para sacrificar sua vida
Não existe nenhum país como a Coreia do norte
As pessoas de fora não entendem
Tudo no lugar é preparado para mostrar lealdade a família real
É como uma religião. As pessoas são doutrinadas, não há direitos, não há liberdades.
Olho pra trás e fico triste, porque tive que nascer lá?
Olha o que isso fez comigo?"
Hyun-hui tem esperança de que, algum dia, a dinastia da família de
Kim Il-Sung termine.
Mas ela sabe que isso não será fácil. O jovem ditador se apoia em seu
poderio nuclear e toda estrutura criada para se perpetuar no
poder.
Em 1989 ela foi condenada a morte pela justiça coreana, mas obteve perdão
presidencial.
Mais tarde, se casou com um oficial sul-coreano e teve dois filhos.
Hoje é uma pacata dona-de-casa de 51 anos. Alguns acham que ela se saiu bem, comparado ao crime que
cometeu, embora ela diga que ainda carrega um pesado fardo de culpa, e na busca pelo alívio da culpa, encontrou consolo no Cristianismo e ao encontrar as
famílias de suas vítimas, procura ser perdoada por elas.
"Toda vez que encontro a família das vítimas, nos abraçamos e
choramos"
Maiores informações e imagens aqui. Texto traduzido na BBC News por Alexandre Correia, Christian Nerds.
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