Seitas e Consequências - Davidianos

 
Waco, cidade de cerca de 200.000 habitantes, a 155 km ao sul de Dallas, no centro do estado do Texas, EUA. Conhecida como o "coração do Texas", é uma das maiores cidades do estado, tendo o turismo como uma das principais atividades econômicas. Em 1934 um grupo de Adventistas do Sétimo Dia fundou uma comunidade conhecida como Monte Carmel. A comunidade possuía um centro de estudos teológicos, conhecido como Associação Adventista Davidiana de Sétimo Dia. Seu fundador, Victor Houteff, um imigrante búlgaro, era reverenciado dentro da comunidade como um profeta, e anunciava a volta de Jesus Cristo. A comunidade Davidiana levava uma vida autônoma, mas sem conflitos com o governo de Waco ou seus habitantes.
Em 1983, uma facção denominada "Ramo Davidiano Águas Vivas" assumiu o controle de Monte Carmel. Dentre seus componentes, havia Vernon Wayne Howell, nascido em 1959.
Howell, conhecido mais tarde como David Koresh, desenvolveu uma série de profecias nas quais seus seguidores entrariam em conflito com forças que identificava ser o governo dos Estados Unidos. Segundo Koresh, tal conflito ocorreria no ano de 1995. Utilizando-se deste argumento, começou a estocar uma quantidade apreciável de armas em Monte Carmel: fuzis AK-47, granadas, lançadores de granadas, rifles e metralhadoras, além de munição, máscaras contra gases e rações militares. Tal arsenal estocado chamou a atenção do ATF, órgão do governo americano que regula a comercialização de fumo, álcool e venda e posse de armas de fogo. Agentes do ATF iniciaram uma minuciosa investigação.


Koresh já havia se envolvido, em 1987, em uma briga e subseqüente tiroteio com George Roden, líder da seita na época. Além disso, possuía acusações de estupro e práticas sexuais com menores da comunidade. Em 28 de fevereiro de 1993, agentes do ATF dão ordem de prisão a Koresh, com a acusação de posse ilegal de armas. Os agentes são recebidos a bala; 4 agentes são mortos, e pelo menos 16 são feridos. Seis seguidores do Ramo Davidiano são mortos. O caso assume gravidade inesperada; agentes do FBI são deslocados para o local.

Koresh recusa-se a se entregar, declarando que Deus o aconselhou a aguardar. Enquanto isso, faz uma série de sermões religiosos, onde anuncia o final dos tempos. O telefone de Koresh é cortado, e os seguidores da seita Davidiana ameaçam suicídio. As negociações ficam cada vez mais tensas. Vários dias se passam sem nenhum avanço. A luz é cortada várias vezes, e o frio é intenso. O FBI tenta perturbar o sono dos seguidores de Koresh, tocando música por toda a noite em volume alto. Alguns habitantes de Monte Carmel deixam o local. Mas Koresh resiste; segundo especialistas do FBI, Monte Carmel possuía provisões de alimentos para um ano.

Em 25 de março, quase um mês após o início do cerco, o FBI dá um ultimato: pelo menos 10 pessoas deverão deixar Monte Carmel, ou alguma atitude será tomada. Na noite seguinte, luzes fortes, música alta e helicópteros iniciam uma pressão mais intensa. Mas nenhum acordo se estabelece. Analisando cartas de Koresh, onde diz estar aguardando a "palavra do Senhor", especialistas do FBI concluem que ele deva ser psicótico, e que não tem intenção de se render. Um plano de utilização de gás lacrimejante começa a ser traçado.


Às 6 da manhã de 19 de abril de 1993, tanques do FBI começam a injetar gás lacrimogêneo dentro dos edifícios. Os davidianos começam a atirar pesadamente. Os tanques derrubam portas e paredes. Um incêndio se inicia em Monte Carmel, com causas até hoje desconhecidas; graças ao corte de energia, uma grande quantidade de lampiões de querosene estava sendo usada, o que pode ser a causa provável do incêndio. O saldo do cerco é extremamente trágico: 80 pessoas são mortas, incluindo Koresh, graças ao fogo ou a tiros disparados de dentro de Monte Carmel; alguns estudos levaram a tiros também vindos de cima, dos helicópteros.

Estudiosos observam que houve precipitação do FBI no envio de um verdadeiro exército a Monte Carmel; aquilo foi interpretado pelos davidianos como a chegada do juízo final, graças principalmente a revelações de Koresh. A tragédia de Waco está fartamente documentada na Internet. Declarações oficiais, depoimentos no Congresso, palavras de Koresh, fotos e até mesmo gravações de áudio das negociações entre os davidianos e o FBI estão disponíveis. Um painel amplo de opiniões e pontos de vista, que possibilitam uma visão ampla do processo e de seus desdobramentos.

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