Ainda sobre “História do Cerco a Lisboa” de Saramago: Raimundo da Silva percebe nas escadarias de uma Catedral de Lisboa, que todas as vezes que ele passa por ali, um vira-lata está, como se atrelado a uma cerca, embora não haja coleira que o prenda, teto ou comida que o mantenha. O cão o reconhece e abana o rabo, sem sair do lugar, como se Raimundo fosse lhe saciar a fome com algum pedaço de pão dormido, coisa que realmente fez: retornou a sua casa, e trouxe algo para o animal comer. Raimundo, após isso, tem um momento de iluminação:" nada me mantém preso a nenhuma escadaria, como aquele cão. Nenhuma coleira invisível deveria me manter amarrado a uma situação imaginária." Dia desses, num bate-papo informal, comentava sobre o volume de carros velhos semelhantes ao meu, da mesma cor e ano. Lembrei que nós, humanos comuns, a cada troca de carro, temos a nítida impressão que carros semelhantes aos nossos tiveram um aumento de vendas bem naquela semana: “Quanto Palio! Quanta